Foto da esquerda - Parte da equipa do ESPRESSO, em frente a um dos telescópios do VLT (ESO). Da esquerda para a direita, Pedro Santos (Por), Gerardo Ávila (ESO), Bernard Delabre (ESO) Denis Mégevand (Sui), Alexandre Cabral (Por), Manuel Abreu (Por), David Alves (Por) e António Oliveira (Por).
Foto da direita - Uma parte da equipa do ESPRESSO, que estava presente na sala de controlo da Unidade 4 (UT4) do VLT, logo a seguir à ‘primeira luz’ do Coudé Train. Atrás: Antonio Manescau, Gerardo Ávila, Gaspare Lo Curto, Paolo Di Marcantonio, Alexandre Cabral (IA), À frente: Manuel Abreu (IA), Manuel Monteiro (IA), Denis Mégevand, Francesco Pepe (investigador Principal), Nuno Santos (IA - co-investigador)
No passado dia 25 de Setembro, a equipa1 responsável pela construção do espectrógrafo de alta resolução ESPRESSO2, liderada em Portugal pelo Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA3), deu um passo de gigante, ao testar com sucesso uma das componentes chave deste instrumento, que está a ser instalado no VLT, do ESO.
Segundo Alexandre Cabral (IA e Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa), “A componente Portuguesa do ESPRESSO, que compreende a instalação do Coudé Train nos quatro grandes telescópios do ESO-VLT, teve este primeiro passo no telescópio da unidade 4 (UT4). Esta etapa foi fundamental para a validação quer do conceito quer da exequibilidade técnica do projeto, considerado por todos como o ponto crítico deste trabalho.”
Conhecida como “Coudé Train”, esta componente é composta por 9 elementos óticos de qualidade excecional, que levam a luz desde o telescópio até ao espectrógrafo, com o mínimo de aberração ou de perdas, ao longo de um trajeto com cerca de 60 metros. A sua construção está a cargo da equipa portuguesa, liderada pelo IA, e incluiu a participação da indústria portuguesa, nomeadamente a Ernesto São Simão, Tecnogial, Zeugma/Tecnisata e HPS.
Cabral acrescentou ainda que o teste “foi o culminar de quase 8 anos de intenso trabalho de conceção, desenho, integração e testes, tudo realizados em Portugal e por equipas Portuguesas. Para os excelentes resultados saliente-se a relação próxima entre a equipa e a indústria portuguesa nomeadamente na área da mecânica de precisão.”
O teste consistiu em fazer chegar a luz proveniente da UT4 do observatório do Paranal ao “ponto de convergência”, o local onde os túneis provenientes dos quatro telescópios principais do VLT se encontram, e onde será colocado o ESPRESSO. Neste ponto, a luz que chega dos quatro telescópios em simultâneo é somada, tornando-os equivalentes a um único telescópio, com um poder coletor4 correspondente a um espelho de 16 metros de diâmetro.
Para Nuno Cardoso Santos (IA e Universidade do Porto), um dos investigadores principais do instrumento: “O ESPRESSO não só nos vai permitir descobrir planetas semelhantes à Terra ou estudar a variabilidade das constantes fundamentais da Física, como será também essencial para complementar os dados da missão espacial PLATO5, da ESA, que também conta com a participação do IA. Este instrumento irá colocar o IA na linha da frente da investigação mundial nestas áreas.”
O grande esforço que foi empreendido no design, construção, instalação e alinhamento do Coudé Train deu frutos no passado dia 25 de setembro, quando se realizou a 'primeira luz'6 desta componente. A imagem obtida no foco, resultante da observação de uma estrela brilhante, tinha uma resolução de 0,5 segundos de arco, num campo de visão de 17 segundos de arco, com uma uniformidade e estabilidade impressionantes.
Durante o próximo ano, serão instalados os componentes óticos nos túneis dos outros três telescópios que compõem o VLT, e depois disso, finalmente o ESPRESSO será instalado no Observatório do Paranal, seguindo-se a exploração científica, tão aguardada pela comunidade astrofísica internacional.
We use cookies to ensure that you get the best experience on our website, by continuing on this website you agree to the storing of cookies on your device. Learn more about our Privacy Policy.