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Divulgação Da Astronomia, através do seu ensino não formal, no Planetário do Porto – Centro Ciência Viva: Limites e Potencialidades

I. A. Costa, M. J. P. F. G. Monteiro, D. F. M. Folha, F. A. L. Pires

Abstract
O Planetário do Porto – Centro Ciência Viva (PP-CCV) é propriedade da Universidade do Porto, mas encontra-se sob a gestão científica e operacional do Centro de Investigação em Astronomia/Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP). O CAUP foi anfitrião da antiga unidade de investigação da Fundação de Ciência e Tecnologia (FCT) com o mesmo nome. Em 2014 esta unidade fundiu-se com o Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa (CAAUL), para criar o Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA): a maior unidade de investigação na área das Ciências do Espaço em Portugal6 . Dada a missão consagrada estatutariamente, o CAUP e por inerência o PP-CCV, para além de se dedicar à investigação, trabalha ainda em comunicação, divulgação e ensino da astronomia, em linha com nomenclatura utilizada por autores como Kunth (1992)7 , Crato (2016)4 e Bueno (2010)1. Nela o conceito de divulgação científica não é, intencionalmente, utilizado como sinónimo de comunicação científica: reserva-se para a divulgação científica todo o exercício de diálogo entre peritos (ou seus mediadores constituídos) e público leigo2 . Assim, o conceito de comunicação científica emerge como uma componente de disseminação de “conteúdos” entre pares especialistas (disciplinares ou interdisciplinares). É este o fundamento da nomenclatura utilizada por várias instituições, nomeadamente a Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica5 , a cuja Rede o PP-CCV pertence. Menos discutível é a distinção dos conceitos de divulgação e de ensino das ciências. Ainda que distintos, os conceitos de educação e ensino formais, têm em comum o facto de serem processos organizados, com programas (e/ou metas curriculares, aprendizagens essenciais…) e com momentos de avaliação obrigatórios que contribuem decisivamente para a obtenção de certificação4 . Se para a divulgação “basta” o despertar pelo gosto da ciência (mesmo que pontual e estanque), em torno de um tema, para o ensino o objetivo é a apreciação positiva sobre todo um programa (com a diversidade dos temas que ele inclui) e, mais importante, a mobilização das capacidades e conhecimentos3 a ele associados. Assumindo estas distinções, o PP-CCV estreou em setembro de 2017 um novo programa educativo baseado na resolução de problemas, por via da interdisciplinaridade entre várias áreas curriculares. Tal programa partiu da articulação entre as aprendizagens essenciais, metas/orientações programáticas/curriculares de disciplinas da escolaridade obrigatória. Este é, assim, um programa claramente vocacionado para o público em idade escolar. Para além disso, o PP-CCV, no mesmo período, ampliou a sua oferta de divulgação científica para público não especializado. Nesse programa o enfoque passa da “prescrição” curricular, para os conteúdos e processos científicos na área da astronomia, que diretamente emanam da investigação científica realizada não só no IA, mas em todas as unidades de investigação com quem o IA tem parcerias, como é o caso do Observatório Europeu do Sul (ESO) ou da Agência Espacial Europeia (ESA). É, pois, objetivo da presente comunicação, refletir sobre um exemplo prático de como se potenciou a divulgação da astronomia, na educação pré-escolar e no 1º ciclo do Ensino Básico, partindo do seu ensino não formal. Por outro lado, pretende-se, exemplificando e quantificando com dados de avaliação da iniciativa, refletir sobre os limites e potencialidades destas abordagens que se revelam não só viáveis, mas também facilitadoras dos processos da educação formal e de divulgação científica da astronomia.

Keywords
divulgação científica, ensino das ciências, educação em ciência, astronomia

Notes
ISBN: 978-989-98309-8-1 https://www.casadasciencias.org/6encontrointernacional/conteudo/pdf/livroResumos.pdf

Ensino das Ciências e a Sociedade Moderna

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Volume V
2019 July

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