Começa hoje a construção de uma câmara revolucionária para o observatório VLT (ESO), estando a qualidade de imagem a cargo de uma equipa do IA1/CAAUL2.
A nova câmara, de nome MOONS (Multi-Object Optical and Near-infrared Spectrograph), é um espectrógrafo de nova geração, que será instalado num dos telescópios do VLT. Durante o seu tempo expectável de vida (10 anos), a MOONS irá observar cerca de 10 milhões de galáxias, tornando-se uma ferramenta essencial para o estudo da formação e evolução destes sistemas ao longo da história do Universo. Este instrumento permitirá ainda sondar a estrutura da Via Láctea observando estrelas até uma distância de 40 mil anos-luz, incluindo regiões obscurecidas por poeira, permitindo assim aos astrónomos construir um mapa tridimensional da nossa galáxia.
José Afonso, investigador do IA/CAAUL e um dos investigadores responsáveis pelo projeto, assegura que “em poucos anos o MOONS conseguirá mostrar-nos como milhões de galáxias cresceram na época em que o Universo se mostrou mais ativo, há quase 10 mil milhões de anos". Alexandre Cabral, investigador do IA/CAAUL e responsável pelo desenvolvimento tecnológico e implementação da componente portuguesa do MOONS, sublinha que "o IA/CAAUL construirá o sistema que vai maximizar a qualidade ótica da câmara MOONS em todo o campo de visão de um dos melhores telescópios do mundo, o VLT”.
A MOONS, que se prevê operacional já em 2018, irá preencher uma lacuna nos meios de observação astronómica, em especial no infravermelho próximo, e irá obter dados importantes para outros projetos já em curso, como a Missão Gaia, Dark Energy Survey, ALMA, Herschel e LOFAR, entre muitos outros.
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