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Mercúrio passa em frente ao Sol
2016 maio 05

Composição de imagens do Trânsito de Mercúrio de 7 de maio de 2003, observado no Planetário do Porto - Centro Ciência Viva. Nesta imagem pode ver-se o caminho que o planeta Mercúrio percorreu em frente ao disco solar. Imagem: Ricardo Cardoso Reis (IA e Planetário do Porto).Poster com as atividades no Planetário do Porto, na Reitoria da Universidade do Porto e no Planetário Calouste Gulbenkian.

É já na próxima segunda-feira, dia 9 de maio de 2016, que Mercúrio irá cruzar o disco solar. Nesse dia, o Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA1), o Planetário do Porto – Centro Ciência Viva e o Planetário Calouste Gulbenkian – Centro Ciência Viva, organizam atividades abertas ao público, em Lisboa e no Porto, que vão da observação do evento com telescópios, até conversas com investigadores do IA.

Com início ao meio-dia, e se o tempo o permitir, o público poderá observar o Sol em segurança, em Lisboa e no Porto, através de telescópios munidos de filtros apropriados, de modo a poderem acompanhar o movimento de Mercúrio diante do disco solar. O trânsito terá a duração total de cerca de sete horas e meia, terminando por volta das 19:45.

Em Lisboa, no Planetário Calouste Gulbenkian, os visitantes serão acompanhados por investigadores do IA, enquanto percorrerem um modelo do Sistema Solar à escala produzido pelo IA. Poderão também observar Mercúrio com telescópios e através de um de apenas nove instrumentos que foram construídos a nível mundial, especificamente para a expedição científica de observação do trânsito de Vénus em 2012.

Esta expedição é o tema do documentário que será projetado na cúpula do Planetário Calouste Gulbenkian, a partir das 21:30. Pedro Machado e João Retrê (IA e Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa), os dois investigadores do IA que integraram a expedição, estarão disponíveis no local, para conversar com os visitantes.

No Porto, as atividades iniciam também ao meio-dia, com observações do Sol e do trânsito de Mercúrio com telescópios, no edifício do Planetário do Porto e junto à reitoria da Universidade do Porto. Dentro da cúpula do planetário passará em contínuo, durante todo o evento, uma mini-sessão imersiva, produzida pelo Planetário do Porto especialmente para o evento, com sessões comentadas a cada hora.

A partir das 18:00, no auditório do Planetário do Porto, os investigadores do IA Sérgio Sousa e Susana Barros (IA e Universidade do Porto) e o aluno de doutoramento João Faria (IA e Faculdade de Ciências da Universidade do Porto) estarão disponíveis para uma conversa/debate dedicada ao tema dos trânsitos planetários, e da importância deste método2 na procura de planetas à volta de outras estrelas.

O IA marcará ainda presença no evento de observação do trânsito de Mercúrio, organizado pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

Um trânsito de Mercúrio é um fenómeno raro, tendo ocorrido pela última vez a 8 de novembro de 2006. Nessa altura teve início por volta das 19:00 e por isso não foi possível observá-lo a partir de Portugal. No nosso país, o último trânsito de Mercúrio observável foi já a 7 de maio de 2003. O trânsito de Mercúrio volta a ser visível daqui a cerca de três anos e meio, no dia 11 de novembro de 2019.

Notas
  1. O Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) é a maior unidade de investigação na área das Ciências do Espaço em Portugal, englobando a maioria da produção científica nacional na área. Foi avaliado como “Excelente” na última avaliação que a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) encomendou à European Science Foundation (ESF).
  2. O Método dos Trânsitos consiste na medição da diminuição da luz de uma estrela, provocada pela passagem de um exoplaneta à frente dessa estrela (algo semelhante a um micro-eclipse). Através de um trânsito é possível determinar apenas o raio do planeta. Este método é complicado de usar, porque exige que o(s) planeta(s) e a estrela estejam exatamente alinhados com a linha de visão do observador. Como exemplo da dificuldade destas observações, seria como medir uma pequena diminuição da luz de um candeeiro, a 2 km de distância, e com isso tentar saber o tamanho e a cor das asas do mosquito que passou em frente à lâmpada.
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